- Fenomenologia criminal: surgimento e descrição do crime;
- Etiologia criminal: se dá com as causas da criminalidade (drogas, pobreza?);
- Biologia criminal: análise da personalidade criminal (possui ligação com Lombroso);
- Geografia criminal: estuda o crime em sua divisão no espaço;
- Ecologia criminal: influência do meio ambiente.
Tipologia:
- Criminologia científica -> diz respeito à própria ciência da criminologia.
- Criminologia aplicada -> é um conjunto de criminologias científicas e empíricas criadas por aqueles que fazem parte do sistema penal. Diz respeito à aplicação prática da criminologia.
- Criminologia acadêmica -> sistematização e ensino da criminologia.
- Criminologia analítica -> Análise dos desdobramentos da criminologia e sua incidência no mundo fenomênico.
- Criminologia clínica -> Forma de criminologia voltada à ressocialização do agente delinquente. Possui ligação com a teoria da pena e sua prevenção especial positiva ou máxima.
- Criminologia crítica, radical ou moderna -> Possui inspiração marxista. Propõe mudança do método de compreender a análise da sociedade como um todo, e não apenas do indivíduo. Possui forte ligação com a denominada política criminal verde.
1) Criminologia do consenso (centro-direita):
Possui influência funcionalista. Deve haver uma cooperação entre cada órgão, empresa, pessoa que possuem uma função dentro da sociedade. O que seria crime para essa criminologia? R: Uma desarmonia anormal entre os membros da sociedade – uma ruptura na harmonia que deveria ser constante.2) Criminologia do conflito (esquerda):
Influência marxista. Aplicada na criminologia por W. Bonger. O que seria crime para essa criminologia? R: O crime é o resultado da luta entre classes.Teorias do consenso:
a) Escola de Chicago – A compreensão do crime relacionava-se diretamente com o conglomerado urbano estruturado de forma desorganizada, o que favoreceria a criminalidade.
A principal tese dessa teoria diz respeito às zonas de delinquência (locais que favorecem a presença do crime).
Defensores: Willian Thomas / Robert Park (zonas concêntricas). Shaw e Makay – zonas com menor IDH possuem maior índice de criminalidade.
b) Teoria da associação diferencial (Sutherland) – É influenciado pela escola de Chicago, porém, vai além. Sutherland afirma que as pessoas aprendem o comportamento criminoso a partir da interação com outras grupos, não necessariamente com a mídia. Existem padrões comportamentais que são favoráveis ao crime, outros não.
Obs.: Os mecanismos de aprendizagem do crime são os mesmos de qualquer outra conduta virtuosa.
Uma pessoa se torna delinquente quando as definições favoráveis à violação da lei superam as desfavoráveis. Ex.: Cartel de combustíveis que é favorável ao lucro. Esse método se espalha a partir do momento que se demonstra lucrativo, ainda que contrário à lei.
A característica dessa teoria afirma que o crime não está relacionado à pobreza. Claro que nos lugares mais pobres a criminalidade é alta, mas isso diz respeito a um problema estatístico.
Crimes de colarinho branco -> 1945 (criada por Sutherland).
Afirma também que o crime não está ligado a fatores biológicos – crítica à teoria de Lombroso.
Para essa teoria, o estudo é feito sobre atos e não sobre indivíduos – possui relação com o direito penal do fato (parte do ato para chegar ao indivíduo, e não o contrário).
c) Teoria da anomia – Durkhein (pai da sociologia – sociologia funcionalista).
Para essa teoria existem dois tipos de sociedade: sociedade primitiva / sociedade contemporânea (solidariedade orgânica – P. da solidariedade).
Sociedade orgânica – baseada na divisão do trabalho / sociedade mutável / enfraquecimento da consciência coletiva que gera o estado de anomia devido essa mudança fugaz que acaba por desaguar no enfraquecimento das normas em geral.
Anomia nada mais é do que um estado de alienação.
Merton: teoria da estrutura social defeituosa (adapta a teoria da anomia à sociedade americana do início do sec.XX – necessidade de ganhos econômicos – congruência entre estrutura social e cultural “sonho americano”).
Modelos de adaptação de merton – conformismo / inovação / ritualismo (hippie) / evasão ou apatia (nega metas culturais e meios legítimos) / rebelião (busca mudar as metas culturais e estruturas sociais).
d) Teoria da subcultura delinquente – Entende que a sociedade é constituída de uma cultura principal e diversas outras culturas. Cada uma possui suas próprias normas – ela pode ser boa ou ruim (guetos americanos / violência juvenil).
ATENÇÃO!!!***
Não confundir subcultura com contracultura. Esta nega a cultura dominante e procura contradizer a própria sociedade (hippies). Livro: Delinquent Boys (Albert Cohen) -> Tem inspiração nos trabalhos de Durkheim e Merton. Afirma que os jovens criam uma subcultura com valores próprios. O comportamento criminal seria uma reação às normas e valores das classes mais altas.Ideias que sustentam a subcultura:
Caráter pluralista e atomizado da ordem social; Cobertura normativa da conduta desviada; Semelhanças estruturais, na gênese, dos comportamentos regulares eirregulares. Teorias do conflito: a) Labelling approach ou etiquetamento – Desvio primário (crime em si) / estigmatização social / distância social de oportunidades / surge uma subcultura delinquente com reflexo na autoimagem / estigma decorrente da institucionalização / carreira criminal / criminalização secundária (reiteração criminosa). Diz respeito ao interacionismo simbólico, etiquetamento, rotulação ou reação social. Todas as teorias do consenso partem do criminoso. Aqui, para a teoria do conflito, o importante é a sociedade que enxerga aquela determinada pessoa como um sujeito desviado – é fruto de uma reação social. Nomes: Erving Goffman e Howard Becker (grupos sociais criam os desvios e escolhem os marginais). Classificação básica:- Desvio primário: o crime em si.
- Desvio secundário: a repetição do crime pela pecha de criminoso.
- Criminalização primária: atribuição da etiqueta pelo legislativo (noção de injusto).
- Criminalização secundária: etiquetação àqueles que a sociedade entendem como desviantes.
- Criminalização terciária: manutenção do estigma de criminoso.
- Criminoso é o homem delinquente – crime é patologia pessoal (critérios clássicos – Lombroso);
- Criminosos são homens na relação com a sociedade – crime é patologia social: teorias do consenso;
- Criminosa é a sociedade em relação ao homem – crime é expressão da patologia social: teorias do conflito.
- O crime é estigmatização das classes mais pobres para manter o status quo ante dos poderosos.
- Concepção conflitual da sociedade e do direito;
- O criminoso deve ser compreendido;
- A criminologia tradicional é preconceituosa;
- O capitalismo gera desigualdades = crime.
- A criminologia crítica faz florecer o neorrealismo de esquerda, o direito penal mínimo e o abolicionismo penal (política criminal verde).
- Primária;
- Secundária;
- Terciária.
- Ações diretas – crime in itinere (em formação): prevenção secundária.
- Ações indiretas – causas do crime: prevenção primária e terciária.
1. Prevençãoprimária:
Aquela que ataca a raiz do problema, leia-se, se volta diretamente à defesa dos interesses sociais. Defende que no momento em que o Estado confere os direitos fundamentais ao cidadão, ocorre a prevenção primária. Em apertada síntese, se os direitos fundamentais são garantidos à sociedade, o índice de criminalidade será baixo.2. Prevençãosecundária:
Ocorre em situações de vulnerabilidade criminal – são ações pontuais que ocorrem nos locais de vulnerabilidade. Ex.: Implementação de UPP’s; ações em cracolândia.3. Prevençãoterciária:
Se dá com a aplicação da LEP para evitar a reincidência criminal – possui ligação com a prevenção especial negativa ou mínima da teoria da pena que visa evitar a reincidência criminosa. MODELOS DE REAÇÃO AO CRIME Diz respeito às políticas criminais – composição do conflito social. Existem 3 modelos:- Dissuasório clássico ou retributivo;
- Ressocializador ou humanista ou neoclássico;
- Integrador.