Olá meus amigos,
Nesta semana vou falar de mais uma ideia muito bacana do livro Atomic Habits. Se você ainda não leu a apresentação deste livro neste blog, vale a pena dar um clique aqui e ler.
Umas das principais razões que nos fazem desistir de algo novo que começamos é aquela sensação de que não estamos evoluindo. O autor James Clear fala sobre isso no livro Atomic Habits e eu achei a abordagem dele sen-sa-cio-nal. Fez todo o sentido pra mim e eu consegui relacionar com várias passagens da minha vida.
Progressão não linear
Com treze anos de idade eu comecei a estudar seriamente inglês. Desde então, praticar a língua sempre foi uma paixão e um hobby. Estudo quase todos os dias, mesmo que passivamente, vendo sitcoms, vídeos no Youtube, aulas no podcast e tudo o mais. Em geral, acho que meu inglês é muito bom para um brasileiro falando a língua. Só que, como tudo que aprendemos na vida, a nossa progressão nunca é linear.
Tem horas que acho que entendo e consigo falar tudo. Há momentos que tenho dificuldade em me expressar na língua com segurança.
Quando eu me casei, em 2011, meus amigos fizeram uma vaquinha para custear a nossa lua de mel. Eu e a Magda fomos para Cancun e ficamos num resort bem bacana. Quase todos os hóspedes eram americanos ou provenientes de algum país que fala inglês. Por isso, todo o atendimento no hotel era também em inglês.
Logo no primeiro dia fizemos amizade com um casal de americanos, o Mike e a Kathy, que são nossos amigos até hoje. Até já vieram curtir o carnaval com a gente aqui no Brasil. Todos os dias, a gente tomava café e passava o dia juntos ali na área de piscinas e tal. Passei uma semana falando inglês. Só falava português com a minha esposa. Lá pelo terceiro dia, eu comecei a perceber que meu inglês havia destravado. Eu falava com a confiança de um nativo. Contava piadas, ria das piadas alheias, falava sobre política e tudo o mais com muita segurança. Parecia que eu havia virado uma chave oculta na minha mente.
Ponto de fusão
Essa experiência é o que James chama de o PLATEAU DE POTENCIAL LATENTE. Isso ocorre quando você vai acumulando informações e conhecimento sobre algo, mas que, por vezes, precisamos de um “click” ou cruzar uma determinada barreira para que tudo aquilo que está acumulado ganhe uma forma definida e faça sentido.
Ele trabalha com o exemplo do gelo. Se você colocar um cubo de gelo a -10ºC ele não vai derreter. Se você colocar a -9, ele continua da mesma forma. Existe um momento exato que o gelo começa a derreter, quando a temperatura atinge 0ºC. O ponto de fusão de fusão do gelo, portanto, é igual a 0ºC (ao nível do mar). Se a temperatura estiver a -1ºC, o gelo não derrete. Existe um momento exato onde toda aquela mudança de temperatura vai fazer efeito.
Com nossos estudos é a mesma coisa. Ouvi várias pessoas que são aprovadas para concursos afirmarem que não se sentiam preparadas para passar, mas que acabaram passando. A gente tem a sensação de que nosso ponto de fusão está distante, nunca saberemos ao certo porque há muita informação acumulada em nosso cérebro.
Se você está com muita dificuldade de estabelecer um novo hábito ou de abandonar um ruim, pense nesse plateau latente. Pode ser que seu ponto de fusão esteja mais próximo do que você imagina.
Não desista!
1% melhor a cada dia.
Lúcio Valente 😃
Quer ler ou reler a parte 1 deste artigo? Clique aqui: Atomic Habits: apresentação
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